sábado, 3 de outubro de 2009

Tributo a James Dean



James Dean, jovem anjo colorido em celulóide e nal, adolescente em velocidade além de macho fantasiado pelo desespero mecânico, liberta, com a morte, os meninos terriveis sem flores, sóis e ritmos. Anjo rebelde contendo o demônio insatisfeito e atormentado por uma condição de Édipo inconsciente - a jovem mãe que o embalou e que sumiu ligeiro de sua infância. Dean rompia o asfalto e desdobrava as curvas da estrada buscando um sentido de vida em cada movimento de guiar.

Por que seus olhos eram fracos, o espírito alcançava uma meta e o carro de aço polido, bólide embalando um gênio, substituido em ritmo desequilibrado do berço materno rompia o vento e libertava o menino daquela angústia escapando pelos blusões de couro negro, calças velhas de vaqueiro, cabelos inconformados de medusa.

Carregava um "mal de viver" e nunca foi surpreendido pela morte. Sabia da tragédia e a precipitou a cento e setenta quilômetros de coisas inexplicáveis.

James Dean: o Anjo e o Mito.

Texto de Glauber Rocha.

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